quarta-feira, 13 de julho de 2011

do nome


a minha intenção é fazer deste blogue um instrumento de partilha, sugerindo e ilustrando percursos que já fiz ou que farei doravante e, claro, expondo algumas palavras que me fazem invejidade desta singularidade linguística que já corre para a extinção. espero poder transmitir-vos a paixão com que me entrego a estes trilhos, pois não quero fazer deste blogue outro sítio mais desprestado. Alguns de vós, os mais atentos, aperceber-vos-eis que esta criação não é coisa nova. não é que me tome por um Cadilhe, menos ainda por um Ítalo Calvino que espicaça o seu leitor a cada linha e lhe exige toda a sua atenção. talvez me tenham inspirado cada um deles ou, melhor ainda, me tenham construído como escrevedor ao tê-los amado como paradigmas. já me acusaram de ser demasiado apaixonado, demasiadamente virado para as entranhas, mas é só desta forma que experimento o mundo, talvez seja mesmo anacrónico no sentir... lembrei-me de um Mr.Darcy e de um Nava, ao mesmo tempo, do ridículo da comparação... mas... somos tudo o que lemos, ouvimos e vemos... e eu já li, ouvi e vi muito do que de mim conheceis.
não vos maço muito mais, explicar-vos-ei apenas o nome deste sítio... gadanhos e gravetos... nesta terra diz-se dos dedos ou das mãos e dos ramos de plantas sem folhas... são palavras que não são estranhas a um transmontano, coincidindo ainda nalguns contextos que tenham como protagonista qualquer homem da terra. lembro-me de tempos idos e de ouvir gadanhas quando se cortava a erva e dos gravetos que se colhiam no sequeiro para acender o lume numa manhã mais fria... e se decidirmos brincar com as palavras... viram até avesso, se quisermos... quem, por falta de graveto, não deixou de viajar mais para além... e estou certo que, cada um de vós, encontrará outros tantos significados...
acabo com algo que escrevi a uma amiga, quando lhe justificava o nome deste blogue: «fiz uma pesquisa e achei que estas duas palavras dizem muito de muita coisa: de mim, da ilha, dos conterrâneos e dos forasteiros... dos viajantes e dos nómadas... em parcas palavras, dizem da gente e da terra!»

1 comentário:

  1. :)
    Já sou fã! Vou seguir atentamente as tuas escritas sobre viagens, as que já fizeste e as muitas mais que ainda hás-de fazer.
    Tanto mais sendo o Cadilhe uma referência comum na escrita sobre viagens. Foi com ele que aprendi a gostar ainda mais de viajar (e também algum do pouco vocabulário sobre surf que conheço), embora um certo episódio relativo a Timor me tenha ficado encravado na garganta...
    Quanto aos gadanhos e gravetos, tive a sorte de, apesar de urbana, ter uma infância rural em tempo estival, o que contribuiu, além de muitas outras coisas como conhecer o significado destes dois termos, para ter uma infância feliz, cujas memórias me têm servido de alicerce enquanto adulta...

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