terça-feira, 12 de julho de 2011


Há alturas na vida em que decidimos algo, nem sempre porque faz sentido ou carece dele; simplesmente, decidimos... quando partimos, quando regressamos, quando re-partimos... e foi num desses momentos decisivos que escolhi a madeira para minha casa... as razões, essas, emergirão neste sítio... a fuego lento...
longe, nos antípodas, numa noite mais quente do que qualquer outra que se possa experimentar neste ocidente, quis escolher o local exacto para me enraizar - palavra cara a um transmontano de alma que, de nascimento, é basco. Sabia exactamente o que procurava: mar à vista e a montanha à mão... vira de longe a beleza das levadas, tal como ouvira da simpatia das gentes e sentira, à distância, que a minha nova terra - porque já tenho algumas e sinto-as todas minhas - havia de ser essa pérola que algum deus esquecera quando, há mil anos, para repousar no tórrido deserto africano, depois de um acto criativo, a pousara ali ao lado num cabeço rochoso que espreitava no oceano.

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